Algumas pessoas, e
em especial alguns poetas, costumam enxergar algo de muito belo, sublime e até
nobre em cultivar um amor do tipo platônico, daquele que precisa ser vivido à
distância, somente na fantasia, nos mais profundos recônditos da mente e do coração
do tal amante.
Em geral, esse tipo de amor é direcionado a pessoas que, até segunda ordem, são “impossíveis”. Sim, aquelas de quem, por quaisquer razões, não se pode aproximar; seja por estar fisicamente muito distante, seja por representar um alto risco, um perigo iminente. Pode ser o chefe, o namorado da melhor amiga, a mulher do tio e até as ditas celebridades, aquelas que vivem numa realidade muito, muito diferente de quem as ama. Enfim, pessoas comprometidas ou indisponíveis.
Como tema de poesia, convenhamos, dá mesmo “pano pra manga”. Rende. Porém, no dia a dia, se você anda mirando por tempo demais ou, pior, por vezes demais em corações proibidos, é hora de rever suas crenças sobre poder realmente ser feliz no amor.
O fato é que todos nós temos crenças que, em última instância, exercem influência significativa sobre nossas escolhas mais íntimas. Ainda mais quando estão inconscientes, ou seja, quando nem imaginamos que estamos sendo guiados por elas. E quanto menos nos conhecemos, quanto menos observamos nossas ações e a dinâmica que estabelecemos nas relações que vivemos, menos teremos noção de quais crenças estão determinando quem atraímos e quem repelimos!
Por isso, se você costuma se descobrir apaixonado por pessoas com quem já sabe que, por maior que possa ser o seu desejo, não vai rolar... Então é hora de questionar a si mesmo e, em silêncio, esperar a sua resposta chegar: por que será que você anda preferindo justo o que não é possível? Por que será que você está relacionando amor com dificuldade, dor, angústia e frustração?
Será que, bem lá no fundo, não tá rolando um super medo de se interessar por alguém disponível e, diante da possibilidade real de se envolver, não saber o que fazer, como agir, como demonstrar o que você sente e quem você é? Ou talvez você esteja tão bem acomodado nesse lugar de quem não tem sorte no amor que já não saberia o que fazer caso se desse conta de que a sua sorte é você quem faz?
Enfim, os motivos que podem levar alguém a escolher os caminhos mais improváveis e tortuosos na busca pela felicidade e realização no amor podem ser muitos e dos mais variados. E se esse é o seu caso, a única pessoa que pode descobrir que motivos são os seus é você mesmo!
A minha sugestão é para que você ao menos se olhe, ao menos se questione, ao menos tente perceber qual é o seu medo. A que é que você está se apegando? Que porta ainda falta abrir dentro de você para que o amor flua leve, livre e solto em sua vida?
E esteja certo de que, mais cedo ou mais tarde, sem se intimidar diante do seu direito de ser feliz, você se descobrirá amando bem de pertinho e bem de verdade, com todas as bênçãos do Universo e daqueles que mais são importantes em sua história!
Rosana Braga