Casais dão algumas
dicas para a curtição a dois ser ainda melhor
Na hora em que tudo são flores é “eterna namorada
pra cá”, “meu docinho pra lá” até a hora que uma pequena faísca detona uma
bomba-relógio. Alerta máximo! Nesse momento, o melhor mesmo a fazer é conseguir
se esquivar e sair da zona de risco, para evitar brigas e conseguir ficar no
sossego.
Para o webdesigner, Ricardo, de 33 anos, dizer algo da boca pra fora pode gerar desgastes desnecessários. “Quem fala o que quer, na hora que quer, da maneira que der na telha, eventualmente acabará magoando a outra pessoa ou colocando-se em uma situação ruim”, diz Ricardo.
Ele afirma nunca ter tido uma discussão grave com a esposa, apesar de haver uma diferença de hábitos de cada um. “Se pudesse, Ricardo trocaria a noite pelo dia. Já aconteceu diversas vezes de eu acordar para trabalhar e ele ainda estar acordado vendo filme ou na internet. Como nossos horários nem sempre batem, vira e mexe discutimos por causa disso", afirma Silvia. "No começo eu não conseguia nem dormir enquanto ele não fosse pra cama. Hoje em dia eu tento me adaptar. Me coloco no lugar dele e fico pensando como seria ruim se eu tivesse que mudar meus horários biológicos. Tem certas coisas que são da natureza da pessoa, não adianta lutar contra”.
Alguém tem que ceder
Para os pombinhos conviverem em paz é consenso, alguém tem que ceder. Ricardo acredita no poder da “cumplicidade” e defende a ponderação, pois “há lugar e hora certos para tudo ser conversado”, aconselha. Quando Silvia percebe alguma “pedrinha no sapato”, ela fica um tempo na dela, analisando a situação para ver até que ponto também foi responsável por um ou outro desentendimento.
“Evito falar dos meus problemas e pedir opinião para outras pessoas. O que quer que eu conte será sempre tendencioso e mostrará somente um lado da história. O melhor conselho sobre o que fazer tem que vir da gente mesmo”, comenta. No calor dos ânimos, quando ambos estão uma pilha de nervos, ela concorda que o melhor a fazer é conversar depois, aí é mais difícil perder a razão.
“Mas se aconteceu algo que eu considere muito grave, prefiro falar na hora. É melhor do que ficar guardando ressentimentos, você acaba ficando chateada e tratando a outra pessoa mal sem ela nem saber o porquê. Com o tempo isso cresce e se acumula, e o relacionamento acaba se desgastando”, finaliza.
Cada problema, uma solução
Jogo de cintura, bom humor e lavar boas pilhas extras de pratos foram indispensáveis para um acordo entre Renêe e Ariádiny; ele, gerente de exportação e ela, pedagoga, ambos com 25 anos e há seis juntos.
Um belo dia, o casal decidiu trocar o carro antigo por outro mais novo. Ele queria um com mais motor, não tão novo; ela, um mais econômico e zero. Sinuca de bico? Não, tabela. Para essas ocasiões, Renêe adota como via de regra o lema “para cada problema há uma solução específica”. Neste caso, fazer o cálculo exato serviu para provar por a + b que a compra do possante que ele queria seria possível.
Mudar o meu jeito?!
Por que você não muda o seu jeito? Às vezes dá vontade de apertar um botão e “abra-cadabra”, eis uma nova pessoa. Se essa mágica funcionasse, aí relacionamento algum terminaria, certo? Errado! Relacionamento que se preze sempre tem “DR” (sigla para Discutir a Relação).
Aprendendo a importância de ceder para tornar as coisas mais fáceis, a secretária Michele, de 26 anos, namorando o Denis, de 30, ainda busca ajustes no relacionamento que dura três anos e quatro meses. “A opinião dele não deve prevalecer sempre”, observa. É comum você tentar convencer o outro de algo que você ache estar certo. Quem leva a melhor num, digamos, cabo-de-guerra? Ninguém. Quando isso acontece, eles são vencidos pelo cansaço.
“A maioria das vezes, nossas brigas vão ao extremo da pressão psicológica e somente paramos quando eu ou ele cogitamos o fim; neste momento, qualquer um dos dois alivia”, conta achando graça. Muitos conflitos também poderiam ser contornados se as vontades de cada um fossem mais compartilhadas. “Sempre que quiser algo, peça; não obrigue, nem imponha”, falou a Michele. Ninguém tem bola de cristal. Vale a sugestão.
Depois da tempestade, vem a bonança
Mas quando as brigas acontecem, nada melhor do que um chamego para buscar a reconciliação. Ficar de bem é tão mais gostoso, por que ficar em pé de guerra? “Ricardo é supercompreensivo”, confirma Silvia com um tom de que isto ajuda para reatarem o clima de paz. “Ele vem e me abraça. Ricardo está sempre aberto para uma boa e longa conversa”. Não há cara feia que resista.